sexta-feira, 2 de março de 2012

MADE IN PRC

Uma percentagem dos portugueses se deve já deparado com a dúvida que assaltou a minha mulher quando, há uns dias, tomando um produto nas mãos, se perguntava o que vinha a ser essa tal PRC onde se escrevia ter sido feito.

People's Republica of China – naturalmente!!!

Há uma década, começámos a ver nos supermercados uma quantidade cada vez maior de artigos «manufactured in the EC» (e mais tarde, EU) - o que significava que podia ter sido feito em qualquer lugar de um domínio geo-político que hoje agrega quinhentos milhões de pessoas. Já se percebia na altura que havia uma certa tentativa em despistar o consumidor, nas entrelinhas dessa difusa realidade que dá pelo nome de União Européia.

Hoje, um artigo «made in the EU» é já motivo para se baterem palmas de contentamento. Dirija-se o leitor ao AKI ou ao Office-Center, e veja quantas coisas não são feitas na China. Tornando a recuar 10 anos no tempo, os artigos que vinham do mais populoso país do Mundo (tem quase três vezes mais habitantes do que a tal EU) chegavam-nos rotulados de «made in China». Agora, vêm camuflados de made in PRC. A coisa fica mais anónima; as siglas deixam no ar uma dúvida que o verdadeiro nome dessa nação clarificavam num ápice.

Claro que «People's Republic of China», por sua vez, daria um ar ainda mais penalizador à coisa, com o seu ar maoísta (talvez o Bloco gostasse mais?!). Portanto, andamos todos a adquirir coisas «made in PRC». Pergunta-se: em que condições se trabalha na PRC?! Está lá alguém da ASAE destacado para ver?! Há por
lá comitês de centrais sindicais européias a apurar os direitos dos trabalhadores?! Quais são as condições de segurança do trabalho?! Quais são os horários laborais?! Os descansos semanais?! Os dias de férias?! A assistência médico-social?! Enquanto tudo isto sucede, assobiam para o lado os donos das grandes corporações ocidentais: dos artigos electrónicos ao vestuários, pasando por mobiliário e ferramentas. A qualidade não é famosa – mas os lucros são chorudos com a deslocalização da indústria para o Extremo Oriente.

Assobiam também para o lado os políticos da EU, desde o Dr. Mário Soares, que continua com a cassette da justiça social, mas fazia melhor em pôr a mão na
consciência para perceber que a sua geração foi a primeira a começar a vender a Europa. Vêm depois os François Delord, Suzanne Weil – e já agora, os portuguese Deus Pinheiro, António Vitorino, o «boss» Durão Barroso, ou até o eurodeputado Carlos Pimenta, que foi precursor da consciência ambiental, mas que preferiu, com Barroso, saltar para a plataforma «continental», sem dúvida mais tranquila, mais discreta, menos exposta, trabalhosa – e certamente muito mais bem paga. A reforma deles, e de muitos outros políticos «europeus», com passagem ou não pelo respectivo Parlamento de
Bruxelas (onde o contribuinte continua a perceber mal o que realmente se faz) está garantida. E a reforma do resto dos europeus???!!!

8 comentários:

Anônimo disse...

Devemos informar-nos bem. Todos. Mas é verdade:"....A coisa fica mais anónima; as siglas deixam no ar uma dúvida que o verdadeiro nome dessa nação clarificavam num ápice."

Anônimo disse...

Olá meus caros amigos d´além mar, sou do Brasil, comprei um eletronico made in PRC, também estava na dúvida. Lendo seu artigo ficou bem claro. Apesar de estar na periferia do planeta e morar em país de 3o mundo, as leis trabalhistas aqui no Brasil ainda são melhores que as chinesas.

Tudo por aqui é feito na china. Não sei até quando o planeta inteiro vai fazer vista grossa para situação. Todos sabem como é feito e em quais condições. Más, ninguem dá o menor valor.

Acredito que vai surgir um pais mais misserável, que vai conseguir explorar mais seus cidadãos que os chineses e fazer produtos ainda mais barato.

Fica no ar a pergunta: Você estará com sua conciência tranquila, sabendo que o tenis que usa foi fabricado por uma criança de 5 anos desnutrida?

Isso é um retrocesso, estamos voltando para o inicio da da revolução industrial na Inglaterra!


abraços...


klebao@gmx.net

Anônimo disse...

ESTOU DE ACORDO, É TRISTE

Eder JBS disse...

Concordo com tudo, porem há de fazer notorio que o foco está na China por ela estar no topo da produçao mundial, no entanto todas as nações tem seus problemas com relação a dignidade humana, portanto comprar ou deixar de comprar não se altera a conduta opressiva DOS governos.

Anônimo disse...

Comprei um par de luvas que estava escrito isso, achei que era só de lã, tricô, mas ela tem uns pelos e fica soltando, embora sejam luvas bonitas percebi que na composição dela tinha plástico e penas, então vim pesquisar que que país veio essa coisa, porque tem penas, pelos de bicho e plástico reciclável? que isso? será que de bicho que é, de coelho, gato, cachorro, lhama? Será que o bicho sofreu pra morrer ou tosquiaram ele? pelo menos ja sei de onde veio. obrigado, achei bem esclarecedor esse blog.

Unknown disse...

prc para usar uma vez e deitar fora se chegar ausar??????

saloia disse...

lembrem-se que o salário na china esta cada vez mais perto do de certos países europeus por exemplo Portugal

Anônimo disse...

Comprei um shampoo da china p.r.c nem sabia de qual país se tratava, porem agora sei e não voltarei a comprar o mesmo. Obrigada pelo esclarecimento.

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